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terça-feira, 28 de setembro de 2010

TEXTO SOBRE FELICIDADE

Vou começar um texto falando sobre felicidade, só não sei como vou terminar.

Terminei.

To brincando, ainda vem mais... fiquei tentado a terminar naquele momento sim, mas lembrei da idiossincrasia, algo que me faz pensar que de alguma forma existe outra pessoa além do meu corpo, tem um motivo pra existir tantas pessoas no mundo. E dentre essas, uma chamar a atenção de uma mente que tem um mundo todo criado, como se fosse um Deus. De fato, cada um de nós é um Deus. Nós? Quem somos nós? Nós mesmos, estamos todos atados em um nó, somos nós. Quem acredita que estamos separados são aqueles que segregam, estamos como nós atados. A palavra é “eu”. Você vive o presente unicamente, entenda que todos vivem. Nós. Atados. Quando penso em dizer algo, é como se fosse eu ouvindo.
Nenhuma palavra mal usada me convence. Ou será que sim? Estou atado às pessoas, e sei disso. Portanto, sei do cansaço que essa corda que vocês me levam está causando. Parem e pensem, é uma brincadeira boa, e na hora que arrebentar, pode acabar.

Estava falando da felicidade... então faltou a música... vou botar uma, o problema é a solidão, porque não tem alguém pra me ajudar na música... mas vou pensar em Kant... Immanuel... Emanuel, Tais. Ela me trouxe a luz. Penso nela.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

UMBRAL

Umbral, ao invés de ser um lugar terrivelmente horroroso como se fosse um filme “trash” de horror, vem disfarçado de uma vida normal. Se fosse tão evidente que o umbral é um lugar punitivo, seria fácil para as almas se arrependerem e não seriam postas à prova.
Se tive uma existência anterior onde prosperei na vida, porém pratiquei o mal, terei uma nova chance de reparar o dano em uma vida similar, aparentemente bela, mas que não funciona direito. Seria oferecida uma opção diferente: se não funcionei quando tudo deu certo, vamos ver quando tudo dá errado. É uma existência onde quem pune é o Sol e cada dia é um novo inferno. E enquanto muitos dormem, o repetente agoniza à véspera de um novo dia.
E nesse umbral, o processo de evolução é lento, pois do lugar que você deixou (pior do que quando entrou), poucas ou nenhuma pessoa terá emitido boas vibrações, como as orações, para lhe direcionar à saída. São informações que chegam por meio do sonho. Alguns têm muitos e bons, e acordam bem, outros nenhum, ou ruins, e acordam perdidos.
A visão horrenda que se tem do umbral é a da “coisa em si”, da qual Immanuel Kant se referia. Não é um fenômeno, mas uma situação. Só é vista, talvez, por quem está fora. Quem está dentro tem a imagem maquiada, um véu.
Contudo é uma visão obscura que tenho, pois ainda é dia.

Den 14/09/2010

NECROFILIA

Apaixonar-se pela vida é desumano. Em vez de ter um querer pelo que está, tenho pelo que morreu. Esse é um eterno companheiro, como a lei da gravidade, puxa pra baixo, e cria músculos, cria osso, cria o pensamento de levantar. É um efeito inverso do que quero. Levantar pela manhã é um desastre, cambaleio, vejo que tem um sol que não respeita essa lei. Vejo que há luz, não sei se é pra todos. Tem dia para estrelas, ficção científica ou eclipse. Dia cinza é comum até durante a noite. Cores mudas. Timbres que vêm daquela cor enferrujada que o desgosto deixa. Das cordas que estavam para arrebentar, e ficaram sem serem usadas. Do fio que ficou intacto na agulha do palheiro.
O astro rei é frio. Tanto que brilha, cega e queima. Reina e tem seu modo egocêntrico de administrar as leis, sem precisar ser demagogo. Debaixo do sol, há o milagre da vida. Tem um detalhe: eu vejo tudo isso. Arte, beleza, sentimento. Quando quiser, posso acabar com tudo. O que me segura nesse mundo é essa lacuna, essa morte, essa indignação que tenho de tentar entender porque ainda fico aqui.

Dennn

Oficina do Som Rio Preto

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