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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

O CAJADO DO PASTOR

Se o mundo tiver “x” bilhões de pessoas, sem contar as que já morreram e as que nascerão, e a maioria absoluta passa a vida prostituindo sua individualidade em função do sustento da sua confortável mediocridade social, em outras palavras, pertencer ao rebanho (com a licença poética, “reganho”), veja-se como a pessoa “x” bilhões + 1. Que deus é esse que você acredita que continua botando um idiota atrás do outro depois de tantos? Inclusive eu.
Então, se eu acreditasse nesse seu deus, estaria criando um deus idiota. Se deus existe, não acredita no homem. Se acredita, não é deus, é homem. Porque só um idiota pra acreditar em outro.
Na busca frustrada pela perfeição a conseqüência torna-se a causa da emoção. Então chamamos o conforto na derrota de amor. Um sentimento, consentimento, uma força divina de acolhermo-nos ao fracasso. Se o humano fracassa e deus é amor segundo a maioria, é segundo a maioria que deus é humano.
Cada um de nós é uma peça do grande quebra-cabeça que não está quebrado por não ter pé nem cabeça. Cada um de nós é o resultado da tentativa frustrada de analisar a mente do outro. Vivemos para morrermos presos pela necessidade de libertarmo-nos. Fazemos de tudo para não morrer, pra levar a vida a nada fazer.
Isso porque a compreensão fica sendo o entendimento parcial de uma das partes e imparcial da outra sob o total desentendimento de todos e, sendo assim, no máximo nos perdemos para acharmos, no mínimo, o meio termo. Porém um consenso muitas vezes é um bolo no qual cada um botou o ingrediente que quis e depois ninguém repetiu o pedaço. A luta pela igualdade é o ponto de partida dos que têm por fim atingir a desigualdade a seu favor. Contudo, o simples fato de botar uma palavra no papel não bota o seu papel em fato.
Sem a atitude, o exemplo ou até mesmo o “cajado do pastor”, nesse mundo infestado de ovelhas maria-vai-com-as-outras (pro brejo), basta uma barreira para a palavra: a distância entre quem fala e quem ouve. Como saber se temos coragem de ser livres ou se ainda precisamos do cajado do pastor nos fundilhos? Todo bundão pisca o cu quando mencionado. Viu?

DenPeterTonon, década de noventa.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

TEXTO SOBRE FELICIDADE

Vou começar um texto falando sobre felicidade, só não sei como vou terminar.

Terminei.

To brincando, ainda vem mais... fiquei tentado a terminar naquele momento sim, mas lembrei da idiossincrasia, algo que me faz pensar que de alguma forma existe outra pessoa além do meu corpo, tem um motivo pra existir tantas pessoas no mundo. E dentre essas, uma chamar a atenção de uma mente que tem um mundo todo criado, como se fosse um Deus. De fato, cada um de nós é um Deus. Nós? Quem somos nós? Nós mesmos, estamos todos atados em um nó, somos nós. Quem acredita que estamos separados são aqueles que segregam, estamos como nós atados. A palavra é “eu”. Você vive o presente unicamente, entenda que todos vivem. Nós. Atados. Quando penso em dizer algo, é como se fosse eu ouvindo.
Nenhuma palavra mal usada me convence. Ou será que sim? Estou atado às pessoas, e sei disso. Portanto, sei do cansaço que essa corda que vocês me levam está causando. Parem e pensem, é uma brincadeira boa, e na hora que arrebentar, pode acabar.

Estava falando da felicidade... então faltou a música... vou botar uma, o problema é a solidão, porque não tem alguém pra me ajudar na música... mas vou pensar em Kant... Immanuel... Emanuel, Tais. Ela me trouxe a luz. Penso nela.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

UMBRAL

Umbral, ao invés de ser um lugar terrivelmente horroroso como se fosse um filme “trash” de horror, vem disfarçado de uma vida normal. Se fosse tão evidente que o umbral é um lugar punitivo, seria fácil para as almas se arrependerem e não seriam postas à prova.
Se tive uma existência anterior onde prosperei na vida, porém pratiquei o mal, terei uma nova chance de reparar o dano em uma vida similar, aparentemente bela, mas que não funciona direito. Seria oferecida uma opção diferente: se não funcionei quando tudo deu certo, vamos ver quando tudo dá errado. É uma existência onde quem pune é o Sol e cada dia é um novo inferno. E enquanto muitos dormem, o repetente agoniza à véspera de um novo dia.
E nesse umbral, o processo de evolução é lento, pois do lugar que você deixou (pior do que quando entrou), poucas ou nenhuma pessoa terá emitido boas vibrações, como as orações, para lhe direcionar à saída. São informações que chegam por meio do sonho. Alguns têm muitos e bons, e acordam bem, outros nenhum, ou ruins, e acordam perdidos.
A visão horrenda que se tem do umbral é a da “coisa em si”, da qual Immanuel Kant se referia. Não é um fenômeno, mas uma situação. Só é vista, talvez, por quem está fora. Quem está dentro tem a imagem maquiada, um véu.
Contudo é uma visão obscura que tenho, pois ainda é dia.

Den 14/09/2010

NECROFILIA

Apaixonar-se pela vida é desumano. Em vez de ter um querer pelo que está, tenho pelo que morreu. Esse é um eterno companheiro, como a lei da gravidade, puxa pra baixo, e cria músculos, cria osso, cria o pensamento de levantar. É um efeito inverso do que quero. Levantar pela manhã é um desastre, cambaleio, vejo que tem um sol que não respeita essa lei. Vejo que há luz, não sei se é pra todos. Tem dia para estrelas, ficção científica ou eclipse. Dia cinza é comum até durante a noite. Cores mudas. Timbres que vêm daquela cor enferrujada que o desgosto deixa. Das cordas que estavam para arrebentar, e ficaram sem serem usadas. Do fio que ficou intacto na agulha do palheiro.
O astro rei é frio. Tanto que brilha, cega e queima. Reina e tem seu modo egocêntrico de administrar as leis, sem precisar ser demagogo. Debaixo do sol, há o milagre da vida. Tem um detalhe: eu vejo tudo isso. Arte, beleza, sentimento. Quando quiser, posso acabar com tudo. O que me segura nesse mundo é essa lacuna, essa morte, essa indignação que tenho de tentar entender porque ainda fico aqui.

Dennn

sexta-feira, 28 de maio de 2010

domingo, 16 de maio de 2010

Teoria da Existência como Percepção

Teoria da Existência como Percepção
por Denis Peter Barreto Tonon


Eu nasci o meu pai e nasci o meu filho.
Eu nasci o meu amigo e nasci o meu inimigo.
-Den Peter-

Todas as frases usadas para estimular o altruísmo são de alguma forma uma hipocrisia, pois todos vivemos para tornar a nossa própria vida melhor, e isso inclui melhorar também a vida dos que nos rodeiam. Essa hipocrisia latente foi necessária até agora.


INTRODUÇÃO

O PRESENTE. O momento. A única coisa que pode ser afirmada e percebida com certeza. “Penso, logo existo”. O passado é a recordação e o futuro é a imaginação, ambos pensamentos que ocorrem no momento unicamente presente.
Tudo que o indivíduo tem é a sua existência, e a única maneira de provar é estando vivo, e para provar que está vivo ele sente. O sentimento é o presente, ponto único onde se encontram a recordação e a imaginação.

Partindo desse princípio, supõe-se que todos, vivos, mortos ou ainda imperceptíveis (ou que ainda não nasceram) vivem unicamente no presente.

Pedro Álvares Cabral vive no presente, pois é tudo o que ele tem, assim como é tudo o que eu e os meus tataranetos temos. Ninguém precisa esperar para nascer, só os que nunca existirão, e isso não é possível.

Como posso afirmar se tem outra pessoa sentindo ao mesmo tempo que eu? Se você me responder “Eu posso provar, eu estou sentindo”, você passa a ser um “eu”. Portanto, só existe “eu” por toda parte. Como pode cada um ser o centro do mundo? Não existe “eus”, mas sim vários tempos paralelos, ou uma linha de tempo que dobrada e sobreposta multiplica também cada “eu” a que a ela pertence, correlacionando-os. Importante ressaltar que é uma linha infinita essa do tempo, portanto nenhum desses “eus” ou percepções é igual, um está sempre a frente (ou com uma percepção diferente) do outro, mas se encontram pelas inúmeras dobras e sobreposições dessa linha.

O “eu” a que me refiro não é necessariamente a minha pessoa, mas quem quer que esteja lendo essa teoria e aplique a si mesmo.


A TEORIA

AS PESSOAS, todas que existiram, existem e existirão na verdade são uma pessoa só. Esperar pela morte é como esperar pelo fim do infinito. Todas as retas, mesmo as paralelas, se encontram no infinito e uma reta é uma circunferência de raio infinito. Quando uma pessoa morre, ela passa a nascer outra, que está no tempo presente ou não.
O presente é como a ponta de uma agulha infinitamente afiada deslizando sobre um plano muito liso e duro. O tempo não existe.
Toda crença tem seu fundamento, a verdade sempre esteve presente em tudo e em todos. Para ser um Deus é necessário conhecer tudo, sendo todos. Seria essa uma forma realmente estimulante para se desenvolver o altruísmo de cada um, sabendo que dessa maneira estaríamos fazendo o bem para nós mesmos.
Como seria “eu” capaz de deixar um mendigo morrendo na rua, sabendo que ele sou eu em algum lugar da linha do tempo? Como seria “eu” capaz de ofender alguém, então?
Não é o caso de sentir-se solitário mediante a isso, em nada mudaria, não pra pior. Pelo contrário, se todos se adaptassem à teoria, haveria então um estímulo para conhecer pessoas a sua volta, ou mais distantes, seja como for, em qualquer parte do mundo se tivessem tanta estima pelo próximo quanto têm pelo espelho.

Talvez a pena para o suicídio seja nascer depois como o parente mais próximo e querido de quem se matou.

É IMPOSSÍVEL ser duas pessoas, qualquer um é uma pessoa só, pensa e existe como um centro do mundo. Há uma dobra no “tempo” (a argola, que será mencionada adiante) que permite a essa pessoa se relacionar com ela mesma e evoluir com novas formas e aprendizados dela mesma e

com os resultados dessas relações. O infinito é o finito com diversas perspectivas e combinações.
O tempo é como uma argola dividida em dois arcos iguais, porém juntos (fig. 1). Suponhamos que a reta de divisão seja a pessoa (a). E os pontos de contato com a argola, que são dois, sejam duas de suas existências ou percepções. Se essa argola girasse sobre o próprio eixo e a olhássemos de perfil, o “tempo” permitiria que essas duas existências ou percepções se encontrassem, correlacionassem (fig. 2). Se transformássemos essa argola em um globo e passássemos por ele infinitos planos (cada um dividindo-o em hemisférios, que ao invés de argolas, seriam discos preenchidos por incontáveis pontos e retas) em todas as direções, que por vezes se tornariam retas quando vistos de perfil pela variação de posição ao girar, e considerássemos todos os pontos de contato, teríamos uma idéia de quantas percepções ou existências podem existir em cada uma das infinitas dimensões, ou planos, correlacionando-se pela dobra no “tempo” (argola de perfil) representada por outra reta (b), a dobra e transposição da linha do tempo, que correlaciona as percepções.








Fig. 1 – Argola no seu movimento, indivíduo (reta a)
e percepções (pontos de encontro da “reta a” e a argola).





Fig. 2 – Argola de perfil, ou seja, a dobra e sobreposição
da linha do tempo e encontro das percepções do indivíduo.


NADA aqui supramencionado põe em questão alguma doutrina religiosa, o que é mais incrível é que, ao contrário, torna-se a peça que faltava para o entendimento das verdades latentes desde o princípio. Ao estudar a bíblia, exemplificando, pelo ponto de vista da Teoria da Existência, podemos perceber que não há contradição alguma com a teoria, apenas entendimento.

Em síntese, a Teoria da Existência como Percepção soluciona três questões até agora sem resposta:
1. Qual o sentido da vida? É passarmos* por tudo sendo todos, conhecendo o inferno e o paraíso a fim de nos tornarmos um deus;
2. Como é a vida após a morte? A morte não existe, só a vida;
3. Como estimular o altruísmo natural entre as pessoas, ou seja, como alcançar a paz na Terra? Sabendo que se fizermos o bem pra outra pessoa, estaremos imediatamente nos fazendo esse bem por sermos a mesma.

Por enquanto cito algumas verdades latentes desde o princípio, como frases bíblicas ou provérbios. Tente analisá-los pela Teoria da Existência:
- Amai ao próximo como a ti mesmo;
- É dando que se recebe;
- Quem com ferro fere, com ferro será ferido.
- Aqui se faz, aqui se paga.


* o plural pode ser substituído pelo singular.


Texto: Denis Peter Barreto Tonon
25/26 de março de 2002

sexta-feira, 14 de maio de 2010

TOD BROWNING - TOM SIX

Tod Browning vs Tom Six

O que separa um diretor genial de um diretor bizarro? Já tentei convencer um amigo cinéfilo, o Pedro Rock, a assistir a esse filme de Tod Browning, o genial, por ser o melhor filme já feito nesse mundo, na minha opinião, mas ele disse que não gosta desse gênero de terror. Foi justamente no ponto, pois é nesse terror que Tod trabalhou no filme. Não o terror banal, pastelão, só pra atrair bilheteria. Aliás, a carreira dele foi pontuada por causa desse filme, e na minha opinião não foi um ponto final e sim reticências. Até hoje, aliás, mais do que nunca, esse assunto é a causa da diferença que existe entre nós, seres “normais”. O preconceito. Pré-conceito.
Pedrão, talvez eu lhe convença a assistir esse filme com esse texto. Não é um terror qualquer não, isso foi pré-conceito da sua parte, e talvez um mal entendido da minha, por tentar lhe surpreender com o conteúdo dessa obra. Não é um filme de terror. Não um terror qualquer. É pior do que tudo o que já vi até hoje. Esse filme me tornou um chato, muito mais do que já fui. Pra mim cinema tomou outra dimensão, esse negócio de 3d é o que chamo de aproveitar uma parte pequena da mente, Oraldo, você me perdoe, mas também deveria assistir Freaks. Quem sabe assim alguém entenda o que penso a respeito do papel de um diretor, não no filme, mas na vida de alguém. Tod Browning foi um marco na minha vida.
Na verdade achei o clip do filme no youtube por acaso. Estava procurando a versão de estúdio da The Door do Silverchair, uma banda que não gosto muito mas essa é uma das músicas que mais gosto de todas. E até hoje não consegui achar essa versão de estúdio da música no site, só a banda ao vivo. Então procurei pelo nome do disco, Freak Show. Aí me apaixonei pelo cinema...
O que me leva a autodestruição é de achar que um texto terminou, ficou bonito, mas quando começo a conferir pra ver como ficou, percebo que não cheguei ao ponto, atropelei várias regras de redação, e eu não gostaria de ler aquilo se fosse eu você. Se você fosse eu, leria isso? Bom, essa conversa leva a outra, a outra dose, vou ali e já volto. O bom de escrever é que você pode falar sem ser interrompido.

Fui interrompido. Bom, vou reler o texto.

Aprendo muito com o que escrevo. Uma das coisas é que deveria falar menos, aliás, hoje não se fala muito, por isso achei coerente o filme da Centopéia Humana, onde a boca passa a ter outra função, mas o falar já não existe pra algumas pessoas. Não vi o filme, de Tom Six, só o trailer, mas se ele pusesse um laptop para cada mão da centopéia, não seria tão bizarra assim a idéia dele! O ser humano ta comendo bosta pela boca, pelo ouvido e pelo olho hoje em dia, pelo nariz tb, ah e pelo tato. Como pelo tato... ué, eu , homem acho q tenho um pintão. A mulher já sabe o que é porque ela não tem. Não tem nada a ver com nossos problemas, mas vêem muito mais do que imaginamos.
Tem um cheiro terrível, não sei se vem de dentro ou de fora, to com um drops na boca.
Tirei o drops.
To olhando bem pra ele, o drops, mas o cheiro continua...
Quer saber? To perdendo o último capitulo da novela Viver a Vida, e eu queria que a mocinha lá voltasse a andar, porque aí seria o bizarro hoje.
Deivão me contou que a primeira pergunta ao se cadastrar em “No Limite” era se tinha um padrinho na Globo.
Já fiz texto com começo, meio e fim. Hoje não sei mais a regra. Só sei que tenho visões distantes do paraíso.

Denis (1975 – 3,14159265......), um ser que torce pra um time de futebol que ainda vai virar um Best Seller, - segundo dizem, porque primeiro tem que ler.

Oficina do Som Rio Preto

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